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Luz Azul

Fotopolimerizadores dentais. Ponto para a tecnologia, vantagem para o paciente.

 

          Quando ainda não existia aquela luzinha azul que endurece as resinas, as restaurações eram feitas através da mistura de duas pastas que endureciam depois de alguns minutos. Esse sistema impunha grande limitação de tempo para colocação e escultura do material no dente. Felizmente, nos anos 70, passaram a ser empregadas novas resinas que só endureciam na presença da luz ultravioleta (luz azul), possibilitando tempo indeterminado para fazer restaurações mesmo de grande porte ou difícil acesso. Contudo, um novo aparelho fez-se necessário: o fotopolimerizador.


          Os fotopolimerizadores mais comuns contêm uma lâmpada de halogênio que emite uma luz visível. Ao passar por filtros, apenas a luz azul (ultravioleta) chega á ponta do aparelho, e ativa o processo de polimerização das resinas, endurecendo-as.


          Um inconveniente desses aparelhos com lâmpada halógena é a dissipação de calor, tanto no aparelho, que necessita de um sistema de refrigeração, quanto no local iluminado, ou seja, na restauração e, consequentemente, no dente, causando ás vezes sensibilidade no local.


          Devido ao calor, a degradação dos sistemas condutores de fibras óticas faz com que a profundidade da polimerização diminua com o uso. Em outras palavras, depois de certo tempo, o aparelho não conseguirá endurecer a mesma quantidade de resina, o que significa insucesso ao fazer as restaurações. As camadas mais grossas ficarão sem polimerização na base e, posteriormente, as restaurações poderão afundar, sofrer infiltrações ou mesmo se quebrar. Esse problema pode ser minimizado, se a restauração for sendo colocada e endurecida em camadas bem finas; porém, o paciente ficará mais tempo com a boca aberta. Fotopolimerizadores com lâmpada halógena têm uma limitação de 50 a 100 horas de uso contínuo.

 


Mudança para melhor


          A partir de 1997, surgiu nova luz para esse problema: o Light Emmitting Diode, ou simplesmente LED. Os LEDs têm um diodo emissor que produz exclusivamente luz azul, sem necessidade de filtros. Sua vida útil é de milhares de horas. São portáteis e não queimam. Além disso, são silenciosos e não requerem sistema de ventilação porque aquecem muito pouco. Aliás, essa é uma vantagem sentida até pelos pacientes. Aquecendo minimamente, a estrutura dental não sofre efeitos colaterais, como hipersensibilidade, depois de feita a restauração em resina.


          Por não se degradarem lentamente, os LEDs são mais confiáveis e duráveis. Não respondem aos LEDs apenas algumas resinas cuja polimerização não é ativada pela canforoquinona ( agente fotoiniciador presente nas resinas para iniciar sua polimerização). A maioria das boas resinas utilizadas atualmente tem melhor resultado com esse tipo de aparelho do que com lâmpadas halógenas.


          Surgiram no Brasil, os primeiros aparelhos LEDs disponíveis no mercado mundial para cura de resinas comercialmente. Eram aparelhos simples comparados aos que hoje são disponíveis.


          As resinas também mudaram para melhor. Hoje, temos materiais que liberam flúor para o dente e resinas com nanopartículas que são mais resistentes e bonitas que suas antecessoras de micropartículas. Elas podem ser usadas tanto nos dentes anteriores como nos posteriores. Só para se ter uma idéia do tamanho das nanopartículas (nanômetro é o bilionésimo de um metro), uma bactéria pequena tem cerca de mil nanômetros ou um micrômetro.


          Embora as restaurações bonitas, duráveis e indolores ainda dependem muito da mão do artista que as realiza, os novos aparelhos e avanços tecnológicos podem ajudar muito para se conseguir resultados excelentes.

 

Fonte: Revista vida e Saúde – edição de Novembro/2008



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